Que é filosofar? - Josef Pieper | Resumo do livro

Que é filosofar? - Josef Pieper - INTRODUÇÃO A FILOSOFIA

CAPITULO 1 - A filosofia e o mundo do trabalho

O ato de filosofar consiste em uma ação em que o mundo do trabalho é ultrapassado. Sendo que o mundo do trabalho, é aonde você desempenha ações funcionais para a garantia das suas necessidades básicas de sobrevivência.

Todas as formas artísticas que se prendem ao mundo funcional do trabalho, são pseudoformas do artístico. Por exemplo, o poeta que em sua poesia não rompe o mundo do trabalho, ele esta fazendo uma pseudopoesia. A pseudofilosofia parte da mesma característica, nela o mundo do trabalho não é ultrapassado. A filosofia não é um saber de funcionário. 

No entanto, a filosofia é desde sempre entendida como a mais livre entre as artes livres. Pieper não nega o caráter teórico da filosofia no mundo do trabalho, mas afirma: a verdadeira filosofia funda-se na crença de que a riqueza autêntica do homem não se encontra na satisfação das necessidades.

CAPÍTULO 2 - O objetivo da filosofia

Já é sábido que o ato de filosofar avança quando transcendemos o mundo do trabalho. Mundo significa capacidade de relação, ou seja, apenas um ser-vivo tem mundo.

Uma planta tem mundo, pois ela se relaciona expandindo suas raízes ao solo em busca de nutrientes. Uma pedra já não tem, pois não tem campo nenhum de relação com o mundo.

Os animais são seres-vivos mais "sofisticados" do que as plantas. Seu mundo de relação não se limitar ao seu redor, é um pouco mais amplo, se limitando ao seu meio-ambiente.

O homem é o ser vivo mais complexo, pois consegue romper os limites do meio ambiente. Isso se deve pelo fato do homem ser dotado de espirito. Espirito significa uma faculdade de relação com tal amplidão e tal abrangência de força que o campo de relação associado a ele ultrapassa o meio ambiente. Qualquer outro ser possui somente uma participação fragmentária no ser, enquanto o ser dotado de espirito é capaz de aprender o ser total.

O homem não é espírito puro, ele necessita de um teto, de um meio ambiente familiar e cotidiano. O filosofar estar quando o homem abraça o mundo espiritual, rompendo, o meio ambiente, e mergulhando em um universo extremamente mais amplo.

CAPÍTULO 3 - Meio ambiente e mundo

O meio ambiente e mundo não são duas coisas separadas da realidade, o indagador filósofico não sai de uma região para entrar na outra. Filosofar significa: distanciar-se, não das coisas do dia-a-dia, mas das interpretações dos valores dessas coisas. 

É exatamente diante do olhar dirigido as coisa do dia-a-dia, que encontra-se o não-cotidiano, o que não é óbvio, ou seja a admiração. O começo da filosofia é a admiração. A admiração é algo exclusivamente humano, só quem não compreende se admira. Por isto, este ato não cabe a divindades. 

As ciências particulares se livram da admiração na medida em que encontra resultados. Já na filosofia é impossível encontrar um resultado completo, pois é uma ciência livre, subjetiva. Nenhum filósofo foi capaz de compreender completamente a essência nem mesmo de uma mosca.

Não se almejar na filosofia possuir um saber completo de qualquer questão. É um saber fragmentado. Trata-se de um eterno ainda-não. Porém o pouco que se absorve no ato da admiração e do pensar, pesa, todavia, mais que tudo aquilo que é conhecido nas ciências.

CAPITULO 4 - Tradição, teologia e filosofia

O filosofar é o ato que o homem realizar relacionando com a totalidade do ser. A tradição religiosa oferece uma imagem do mundo como uma totalidade. A religião é uma interpretação prévia do mundo transmitida por tradição. 

Evidentemente a filosofia e a teologia estão relacionadas. A teologia é a interpretação do conteúdo da tradição. De modo platônico, é impossivel fazer uma filosofia desmembrada da teologia. E no Ocidente não existe tradição pré-filosófica que atinja o todo do mundo a não ser a cristã. Para cumprir a exigência platônica, só a partir da interpretação cristã de mundo pode-se filosofar.

O existencialismo ateísta, é uma vertente filosófica partida da teologia cristã. Pois toda sua oposição é sobre a interpretação cristã de mundo.

Existe filosofia fora da ótica cristã, porém nenhuma é tão completa e conplexa. O filosofar cristão submete a necessidade de suportar uma tensão muito maior do que as dificuldades que surgem no âmbito do pensamento puro, não-cristão.

Síntese e texto de Credenda Brasileiro, escrito por Rafael Ferreira.



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